O Pico do Jaraguá, ponto mais alto do município de São Paulo, e a
Avenida Paulista, são os locais de pesquisa de um fenômeno meteorológico
raro ocasionado pela urbanização.
Nesses pontos da cidade, treze raios ascendentes - descargas que saem de objetos no solo e seguem em direção ao céu - foram registrados por pesquisadores em um único dia, durante uma tempestade.
Nesses pontos da cidade, treze raios ascendentes - descargas que saem de objetos no solo e seguem em direção ao céu - foram registrados por pesquisadores em um único dia, durante uma tempestade.
Os raios partiram do alto de torres de transmissão instaladas no pico, localizado na Serra da Cantareira, e de antenas da região da Avenida Paulista. Cerca de 1% dos 57,8 milhões de raios que atingem o Brasil todos os anos são ascendentes.
Na tempestade do dia 16 de janeiro, pesquisadores do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Elat-Inpe) que registraram as descargas afirmam que dos 13 “disparos”, 11 ocorreram em apenas 45 minutos.
Marcelo Saba, pesquisador do Elat, explica que os raios ascendentes foram identificados no Brasil pela primeira vez em 2012 e só existem devido à ocupação das cidades, que têm passado por um processo intenso de verticalização, com a construção de prédios altos que ficam ainda maiores quando instalam-se no alto deles torres de transmissão de rádio e televisão.
Com isso, os “arranha-céus” ficam com tamanhos superiores a cem metros de altura e se tornam “berços ideais” para que o fenômeno ocorra.
Interação de partículas
O processo de formação desses raios funciona da seguinte maneira: o topo das torres de transmissão ou de energia, normalmente metálicas e com para-raios instalados, concentra uma alta carga elétrica negativa nas pontas.
Quando uma nuvem de tempestade, carregada de partículas positivas, se aproxima desses pontos, pode promover uma interação que faz as partículas elétricas concentradas nas torres em terra liberarem uma descarga em direção ao céu.
Esse raio chega a medir 2 km de comprimento e, quando encontra a base da nuvem de tempestade, forma ramificações que lembram raízes. Saba explica que é a "tentativa" do raio de se conectar com a nuvem.
A descarga ascendente tem duração de até dois segundos, mais que o dobro do tempo que dura um raio comum, que risca o céu por pouco mais de meio segundo.
Ainda não se sabe sua potência e intensidade. Mas descargas elétricas normalmente atingem o solo com 100 milhões de volts. Já a intensidade da corrente de um raio é, em média, de 30 mil ampères. Para se ter uma ideia, essa corrente é mil vezes mais intensa do que a de um chuveiro elétrico
Equipamentos em risco
De acordo com Saba, a formação desse tipo de raios afeta equipamentos eletrônicos e pode queimar sistemas de transmissão. Torres de energia eólica, por exemplo, são um dos artefatos que mais podem ser prejudicados por este tipo de fenômeno.
Segundo ele, os raios ascendentes precisam ser melhor estudados para evitar prejuízos a setores como a indústria de telecomunicações e energia. "Precisamos saber como podemos evitá-los. Ainda não temos dados suficientes para saber como nos proteger deles. Precisamos de mais tempo para investigá-los", explica o pesquisador.
Esse tipo de raio não oferece risco a humanos, já que não atinge o solo, mas isso não significa que é possível se descuidar e descartar regras básicas de proteção contra descargas.
Por isso, em um dia de tempestade, mantenha-se em local fechado e protegido e não fique em áreas descampadas quando há muitos relâmpagos.
Levantamento feito pelo Elat, a partir de dados da Defesa Civil, do Ministério da Saúde e reportagens veiculadas em jornais, aponta que 2.640 pessoas de todo o país morreram atingidas por descargas entre 1991 e 2010. Por ano, morrem 130 pessoas vítimas de raios no Brasil.
via g1.com.br
Na tempestade do dia 16 de janeiro, pesquisadores do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Elat-Inpe) que registraram as descargas afirmam que dos 13 “disparos”, 11 ocorreram em apenas 45 minutos.
Marcelo Saba, pesquisador do Elat, explica que os raios ascendentes foram identificados no Brasil pela primeira vez em 2012 e só existem devido à ocupação das cidades, que têm passado por um processo intenso de verticalização, com a construção de prédios altos que ficam ainda maiores quando instalam-se no alto deles torres de transmissão de rádio e televisão.
Com isso, os “arranha-céus” ficam com tamanhos superiores a cem metros de altura e se tornam “berços ideais” para que o fenômeno ocorra.
Interação de partículas
O processo de formação desses raios funciona da seguinte maneira: o topo das torres de transmissão ou de energia, normalmente metálicas e com para-raios instalados, concentra uma alta carga elétrica negativa nas pontas.
Quando uma nuvem de tempestade, carregada de partículas positivas, se aproxima desses pontos, pode promover uma interação que faz as partículas elétricas concentradas nas torres em terra liberarem uma descarga em direção ao céu.
Esse raio chega a medir 2 km de comprimento e, quando encontra a base da nuvem de tempestade, forma ramificações que lembram raízes. Saba explica que é a "tentativa" do raio de se conectar com a nuvem.
A descarga ascendente tem duração de até dois segundos, mais que o dobro do tempo que dura um raio comum, que risca o céu por pouco mais de meio segundo.
Ainda não se sabe sua potência e intensidade. Mas descargas elétricas normalmente atingem o solo com 100 milhões de volts. Já a intensidade da corrente de um raio é, em média, de 30 mil ampères. Para se ter uma ideia, essa corrente é mil vezes mais intensa do que a de um chuveiro elétrico
Equipamentos em risco
De acordo com Saba, a formação desse tipo de raios afeta equipamentos eletrônicos e pode queimar sistemas de transmissão. Torres de energia eólica, por exemplo, são um dos artefatos que mais podem ser prejudicados por este tipo de fenômeno.
Segundo ele, os raios ascendentes precisam ser melhor estudados para evitar prejuízos a setores como a indústria de telecomunicações e energia. "Precisamos saber como podemos evitá-los. Ainda não temos dados suficientes para saber como nos proteger deles. Precisamos de mais tempo para investigá-los", explica o pesquisador.
Esse tipo de raio não oferece risco a humanos, já que não atinge o solo, mas isso não significa que é possível se descuidar e descartar regras básicas de proteção contra descargas.
Por isso, em um dia de tempestade, mantenha-se em local fechado e protegido e não fique em áreas descampadas quando há muitos relâmpagos.
Levantamento feito pelo Elat, a partir de dados da Defesa Civil, do Ministério da Saúde e reportagens veiculadas em jornais, aponta que 2.640 pessoas de todo o país morreram atingidas por descargas entre 1991 e 2010. Por ano, morrem 130 pessoas vítimas de raios no Brasil.
via g1.com.br
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