6 de mai. de 2014

Jornalista flagra lixo hospitalar sendo jogado no meio da rua e é agredido por garis

O jornalista Corrêa Neves Júnior, diretor-executivo do GCN, flagrou no começo da tarde de domingo funcionários da Leão Engenharia jogando lixo hospitalar no meio da rua ao lado da Santa Casa. Ao registrar a cena, foi agredido com socos e empurrões pelos coletores de lixo. Outros dois homens, sendo um adolescente, tentaram conter os agressores e também levaram socos e mordidas.



Corrêa Neves Júnior pretendia almoçar com a família. Por volta das 14 horas, foi pegar sua mãe e seu filho de 3 anos no Centro. Ele estava com sua mulher. Ao passar pelo cruzamento das ruas Padre Anchieta e Voluntários da Franca, avistou um caminhão da empresa de lixo parado ao lado da Santa Casa, obstruindo o trânsito. Um coletor estava sentado na calçada. Ônibus foram obrigados a dar ré. O jornalista pensou que tivesse ocorrido algum problema mecânico ou até que alguém estivesse precisando de socorro médico e desceu de seu carro para ver o que estava acontecendo.


Foi quando se deparou com a cena que chamou sua atenção. “Os funcionários da Leão, visivelmente alterados, estavam jogando lixo que saía da Santa Casa no meio da rua. Um dançava no meio do lixo e escorregava”, disse. No lixo espalhado no cruzamento das ruas, havia material médico, luvas cirúrgicas, sondas, gases com sangue e frasco de soro. “Vi que era uma situação grave e comecei a fotografar e a filmar. Foi quando eles começaram a me xingar e agredir.” Preocupado com a mulher, a mãe e o filho, que nesse momento se aproximavam da confusão, Corrêa Neves Júnior se dirigiu até o carro, para abrigar sua família, mas um dos rapazes o surpreendeu pelas costas e o agrediu com socos.

Algumas pessoas se aglomeraram e tentaram conter os agressores. Um adolescente de 17 anos, atendente do McDonald’s, foi um dos que apanharam. “Quando vi eles agredindo o senhor, cheguei e tentei conversar. Os dois caras me pegaram. Levei vários socos no rosto e uma mordida nas costas. Eles estavam totalmente loucos e também danificaram um Vectra que estava estacionado ao lado.” Um homem de branco também tentou ajudar e levou socos dos coletores.

O jornalista não revidou às agressões e acionou a Polícia Militar, que teve dificuldades para conter os agressores. Ambos foram qualificados e liberados após prestarem depoimento no Plantão Policial. O caso foi registrado como lesão corporal, que é um crime considerado de menor potencial ofensivo, situação que não cabe prisão.

 Os dois funcionários tinham passagens anteriores pela polícia. Um deles responde a mais de uma dezena de processos, esteve preso em Bauru, na Bahia e foi condenado a cinco anos e quatro meses por roubo. Sua ficha registra uma fuga. “Embora não exista uma proibição expressa em lei para exigir o atestado de antecedentes, o entendimento é que a prática configura ato de discriminação. Motivo pelo qual, as empresas não solicitam a certidão. Algumas insistem, o que pode dar problema. O Estado promove medidas de incentivo à concessão de trabalho ao egresso”, explicou o advogado Guilherme Del Bianco.

Pinga
Diretores da empresa acompanharam a elaboração da ocorrência, admitiram que os funcionários beberam pinga e pediram desculpas pelo ocorrido. Ficaram assustados com as imagens e disseram que o procedimento de atirar o lixo no chão não é praxe.

Em nota enviada ao Comércio ontem, a empresa responsável pela coleta de lixo expôs “total repúdio e indignação” em relação às agressões cometidas pelos coletores. “A atitude não reflete de maneira alguma a cultura da empresa e da completa maioria de seus colaboradores, sendo uma atitude e fato isolado que já foram prontamente tratados de acordo com as devidas providências cabíveis na legislação.”

Lixo
A empresa afirmou que cabe à Santa Casa fazer a separação do lixo e colocar os materiais infectantes em sacos brancos e mantê-los em local separado. O hospital alegou que “prima pelo descarte rigorosamente” correto de resíduos. “O lixo em questão é o descarte de resíduos comuns e não de lixo hospitalar, portanto, não havendo risco de infecção de natureza hospitalar para os transeuntes.” Segundo a Santa Casa, os materiais de uso médico que aparecem nas imagens são, entre outros, “resíduos resultantes da assistência prestada ao paciente (exceto de quartos om isolamentos, curativos infectados e com grandes quantidades de matéria orgânica)”.

Fonte site gcn.net.br

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